domingo, 3 de abril de 2011

RESENHA

Livro da Editora Papirus.  6ª. Edição 2010
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS O NOVO RITMO DA INFORMAÇÃO, de Vani Moreira Kenski
Maria Helena Bispo Sampaio
O livro de Vani Kenski é um instrumento que trata das questões relativas às novas tecnologias e o processo de transmissão do conhecimento escolar. A autora afirma que a motivação para escrever o livro foi oferecer subsídios para jovens leitores, professores e outras pessoas que se interessam pela temática.  Apresentou como desafio percorrer o universo que se refere ao uso das tecnologias no processo educativo sem, no entanto, discutir aprofundadamente questões que dizem respeito ao universo da educação propriamente dito. Também afirma ser necessário oferecer explicações sobre as novas tecnologias de forma inteligível para todos os leitores, independente de ser ou não conhecedor desse universo.
A autora apresenta como objetivo principal “articular alguns dos muitos pensamentos que se cruzam entre essas duas grandes áreas.” (p. 7). Para escrever este livro a autora utiliza; opiniões de professores e jornalistas, relatos e depoimentos de professores e alunos e também buscas na internet, não se limita às teorias e apresenta exemplos concretos de experiências envolvendo o universo educacional e o uso das novas tecnologias.
O livro está estruturado em seis capítulos. Ao final da obra encontram-se questões para reflexão e debates que poderão auxiliar alunos e professores na busca por estratégias dinâmicas de aprendizagem, e um glossário para ajudar na compreensão de alguns termos específicos.
No capítulo I a autora faz uma abordagem sobre a abrangência do termo tecnologia, esclarecendo que o mesmo não está atrelado, apenas, às mais atuais tecnologias e maquinários. A tecnologia é gerada a partir do uso do raciocínio que posto em prática produz equipamentos, recursos, produtos... São inventividades que, em tempos remotos poderiam ser representadas por ferramenta rudimentar utilizada para enfrentar outros animais ou as intempéries da natureza. Essa abordagem vem desmistificar uma idéia de tecnologia atribuída única e exclusivamente a equipamentos mais atuais e modernos que geralmente permeia o imaginário quando se refere a tecnologia. Assim ela utiliza o termo tecnologia da fala, tecnologia da escrita.
Após a abordagem sobre a abrangência do termo tecnologia, a autora passa a refletir sobre a representatividade da tecnologia e de quem a possui.  Afirmando que tecnologia é poder, ela faz um breve percurso histórico, demonstrando que a busca por poder e supremacia é um elemento motivador para o desenvolvimento, cada vez maior, da capacidade inventiva do ser humano, desde o início dos tempos em que os homens passaram a construir suas primeiras ferramentas. Retrata períodos de guerra em que as inovações apresentam um grau de inventividade surpreendente e que essas  invenções são aperfeiçoadas e utilizadas em diversas áreas do conhecimento humano, nesse ritmo, as tecnologias vão se refinando e abrindo outras possibilidades inventivas.
Toda a descrição histórica da autora em termos do processo evolutivo da tecnologia é abordada a partir da visão de que os investimentos em tecnologia estão diretamente ligados a interesses e atrelados ao poder. Traz uma ilustração de poder a partir do uso da tecnologia no universo jornalístico, mostrando como uma mesma informação jornalística é apresentada de diferentes maneiras a partir do interesse de quem transmite a informação. Também relaciona: educação poder e tecnologias, demonstrando que a escola e a família são espaços de poder. Na escola a estrutura escolar que o corpo docente representa define, inclusive, as tecnologias a ser utilizadas em sala de aula. Ao fazer esse recorte reflexivo a autora possibilita uma reflexão teórica sobre tecnologia a partir de uma visão crítica do seu uso e dos diversos interesses que perpassam o seu domínio.
Nos capítulos seguintes a autora segue a mesma linha de raciocínio e vai demonstrando o uso das tecnologias da informação e comunicação, traz a questão da “tecnologia de inteligência” explicando o seu aspecto imaterial, e a sua existência como linguagem. Ao tratar da utilização dos recursos tecnológicos sobre a linguagem inicia a discussão sobre as TICs (Tecnologia específica de informação e comunicação). Demonstra a seguir como o desenvolvimento da especificidade dessa tecnologia vai interferindo no processo de obtenção de informação e de comunicação através dos meios de comunicação os mais diversos e mais populares.
Percorre o universo das linguagens: oral, escrita e digital. Apresenta a linguagem oral como a mais antiga forma de expressão e que ainda na atualidade se mostra como principal meio de troca de informações, inclusive na escola. A linguagem escrita que surge a partir do momento que agrupamentos humanos passam a viver de maneira mais fixa em um local, e a fazer seus primeiros registros gráficos encontrados em caverna, ossos, pedras etc. evoluindo para o uso de papiros utilizados no Egito, do pergaminho, até chegar ao papel como conhecemos inventado na China há mais de dois mil anos. A autora demonstra que ao ser disseminado pela Europa, a produção de papel permite uma maior democratização da informação a partir da possibilidade de produção em série de jornais, revistas etc. e que paralelo a essa democratização da informação, a escrita vai interferir no aspecto da hierarquia social, pois se trata de complexos códigos que nem todos dominam e os iletrados são excluídos. A escrita legitima o conhecimento escolar. A linguagem digital é apresentada como uma que se articula com as tecnologias de informação e comunicação. Na descrição da autora: “ A linguagem digital é simples, baseada em códigos binários, por meio dos quais é possível informar, comunicar, interagir e aprender.É uma linguagem de síntese. Que engloba aspectos da oralidade e da escrita em novos contextos. A tecnologia digital rompe com as formas narrativas circulares e repetidas da oralidade e com o encaminhamento contínuo e seqüencial da escrita e se apresenta como um fenômeno descontínuo, fragmentado e, ao mesmo tempo, dinâmico, aberto e veloz. Deixa de lado a estrutura serial e hierárquica na articulação dos conhecimentos e se abre para o estabelecimento de novas relações entre conteúdos,espaços, tempos e pessoas diferentes.” (p.32).
O universo da tecnologia é apresentado como indissociável da educação, pois é preciso aprender a utilizar as novas tecnologias e a educação deve estar a serviço da disseminação dos novos conhecimentos, não apenas apreender conteúdos através da tecnologia, mas também ensinar a utilizá-la é papel da escola. Quando bem utilizadas as tecnologias possibilitam boas perspectivas na relação entre professor, aluno e transmissão de conhecimento, no entanto reconhece a autora que as tecnologias comunicativas mais utilizadas em sala de aula ainda não demonstraram “alterações radicais”.
Outros fatores interferem no resultado a partir do uso da tecnologia na educação, como por exemplo a manutenção do mesmo formato de aula seriada, fechada em uma única disciplina sem articulação com outras matérias, com professores sem conexão com os colegas nem com outras disciplinas. A autora ressalta a importância fundamental da capacidade de adequação do processo educacional ao interesse de quem quer aprender, refere-se ao desejo de aprender, à necessidade de reconhecer a história de vida de cada pessoa, suas motivações para aprender determinado assunto, a forma mais adequada, o professor que vai auxiliar no caminho da aprendizagem, tudo isso atrelado às possibilidades tecnológicas são elementos que definem a qualidade da educação.    
São vários fatores interagindo no processo de educação, e as redes de comunicação apresentam outras possibilidades no processo de aprendizagem, a autora sinaliza que esses novos recursos representam uma verdadeira transformação, uma verdadeira revolução. A possibilidade, por exemplo, de várias pessoas poderem participar de uma rede educativa em conexão. Todas essas mudanças interferem na relação com o saber. A velocidade com que as informações e os conhecimentos se alteram e se articulam exige que as pessoas estejam em busca constante de atualizações para garantir desempenho profissional e não se prender a planejamentos estanques. Ela afirma inclusive que toda essa mudança interfere até mesmo na forma como a memória passa a funcionar. “Em um momento da civilização em que as informações não param de crescer, a memória humana assume também a importante função de apagar dados inúteis, deletar informações, esquecer.” (p. 48)
Em se tratando do ensino essas novas tecnologias ampliam a capacidade de conhecimento, no entanto, por si só, não definem uma alteração para melhor no processo de ensino e aprendizagem, a autora aborda essas questão apresentando alguns exemplos que não deram certo em educação, como o uso inadequado do vídeo em sala de aula em que é utilizado vídeos longos, como preenchedor de espaços vazios, em que não se estabelece uma atividade reflexiva a partir do que foi assistido, o que geralmente ocorre por não ter havido uma preparação de aula.
Ela também fala sobre o cuidado que se deve ter no uso da tecnologia da fala e da leitura de textos para que o uso dessas tecnologias não se torne monótona e desinteressante, principalmente na atualidade em que a mente dos alunos sofre os impactos da velocidade do tempo. No uso de textos também precisa haver todo um cuidado no sentido de fazer com que a forma da escrita seja inteligível para os mesmos, acrescenta que a escrita tende a ser mais conservadora que a tecnologia da fala, pois fica presa no tempo em que foi produzida.
Os problemas causados nas relações entre mídia e processos educacionais quando o uso das tecnologias não produz o resultado esperado nem sempre existe por falta de competência ou de compromisso por parte do professor, afirma a autora que; “os professores não são formados para o uso pedagógico das tecnologias, sobretudo as TICs”(p.57). Outro exemplo trazido pela autora são as aulas em rede que muitas vezes não garantem a eficácia na transmissão do conhecimento. Afirma que existe, na maioria das vezes, uma excessiva preocupação com o uso da tecnologia disponível sem haver preocupação com o aluno e o efetivo aprendizado. Outro fator é a não adequação da tecnologia utilizada ao que se pretende ensinar, o que levou escolas de diferentes níveis com computadores e televisores instalados em salas e outros espaços a não terem resultados esperados por não haver essa adequação.
A autora faz referência ao trabalho da professora Maria Luiza Belloni, aonde a professora analisa a operacionalização em Santa Catarina da TV Escola, para capacitação de professores à distância, para retratar a complexidade que envolve o uso  das TICs. Nessa analise se percebe que as dificuldades marcantes foram de ordem técnica, de ordem operacional de instalação manuseio e manutenção. São demandas de ordem técnicas que paralelas às questões relativas à carreira do profissional de educação como falta de tempo para planejamento até a falta de incentivo no plano de carreira faz com que se perceba a complexidade da questão. Até mesmo os treinamentos oferecidos aos professores são passíveis de questionamentos por se apresentar distante da prática pedagógica e das reais situações de trabalho do professor.
No processo de discussão sobre os problemas encontrados na educação e o uso adequado das tecnologias a autora aborda a questão do ensino para crianças pequenas que não possuem ainda as habilidades exigidas para manusear um computador por exemplo. Outra questão específica dessa faixa etária é quando ocorre o uso excessivo de recursos oferecidos pelo computador que pode significar interferência na criatividade da criança, como detectado por Todd Oppenheimer  na experiência ocorrida na escola de San Francisco na Califórnia.
Outros problemas podem ser percebidos em escolas que possuem computadores conectados a internet para todos os alunos, a autora sinaliza que os professores de informática vigiam o que os alunos estão fazendo no computador evitando o acesso a material ilícito. O uso muitas vezes é feito para jogos ou manter conversas virtuais, outro problema apresentado é o superdimensionamento do significado dos computadores, em que tudo gira em volta da máquina até mesmo  a definição das matérias curriculares a exemplo de escolas fundamentais em San Francisco em que as matérias de arte, música e educação física foram tiradas do currículo porque não são realizadas on line.
Os cursos promovidos à distância também mostram suas inadequações no processo de ensino o que se pode perceber pelo alto grau de desistência advindas, muitas vezes, da falta de conhecimento das especificidades dos conteúdos por parte de profissionais que conhecem a tecnologia.
A autora adverte que a escola deve assegurar o seu papel enquanto local em que se prepara para a vida, capaz de oferecer uma visão crítica do mundo e suas transformações. Esse papel deve ser firmado independente do uso das tecnologias no processo de ensino. Precisa, portanto participar da dinâmica promovida pelas novas tecnologias e garantir ao aluno uma inclusão digital capaz de incluí-lo socialmente. No Brasil foi elaborado um programa com profissionais de várias áreas do conhecimento conhecido como “livro verde da sociedade da informação no Brasil”, aonde se encontra as bases para discussão de um projeto de sociedade inclusiva. A autora prossegue  afirmando que o desafio para que se coloque em prática o uso das TICs “ é o de inventar e descobrir usos criativos da tecnologia educacional que inspirem professores e alunos a gostar de aprender, para sempre(...)” [p.67]. Nesse sentido a autora apresenta algumas experiências a partir de iniciativas de professores dispostos a enfrentar os desafios e utilizar as TICs de forma dinâmica e concreta nas escolas visando uma integração qualitativa entre as novas tecnologias e  a vida social.
Dentre esses exemplos está a experiência realizada na Faculdade de Educação da UFBA, o conhecido tabuleiro digital posto em funcionamento no ano de 2004, contribuindo para a efetivação da inclusão digital através de computadores ligados à internet, com software livre por 24 horas para todo o público independente de ser aluno da Faculdade.
Toda a discussão em volta das novas tecnologias na educação deixa transparecer que a escola pensada tradicionalmente já não é a mesma. Em se tratando do aspecto espacial a autora faz uma abordagem no sentido de discutir as diversificadas formas de estudar sem que necessariamente se estejam todos no mesmo local, na mesma hora tendo acesso ao mesmo assunto em tempo real. Traz assim a discussão em relação à educação à distância. Existe um aspecto semipresencial do ensino que é considerado aqui que é a interferência das novas tecnologias de comunicação e informação que os alunos tem acesso no dia-a-dia e indiretamente interfere na sala de aula, são mediações que indicam que mesmo o ensino formal não ocorre exclusivamente em sala de aula. Outro caráter semipresencial do ensino são os exercícios realizados em domicílio. Considera-se aqui, portanto que o ensino à distância, já é algo que faz parte da formatação do ensino presencial devido a esse caráter semipresencial que possui. No entanto, considera-se oficialmente como educação à distância, observando a distância geográfica, quando o maior número de aulas ocorre longe da escola.
Uma nova configuração é possível de ser pensada e praticada utilizando as novas tecnologias no ensino, permitindo que não mais se pense educação como algo atrelado necessariamente a uma sala de aula com alunos e professores cumprindo um horário fixado e rígido. Ao se fazer uso adequado das novas tecnologias no processo de educação à distância, em se tratando do vínculo entre professor e aluno, pode haver inclusive, uma maior aproximação do que no tempo de aula presencial. A autora utiliza o conceito de distância transacional elaborado por Moore(2004) em que a presença física, por si só, não determina aproximação ou vínculo entre professor e aluno. Apesar da presença física em sala de aula pode haver distanciamento, o que define haver aproximação é a interação efetiva que se estabelece entre as pessoas envolvidas no processo de ensino e isso pode acontecer, ou não, tanto em sala de aula presencial como no ensino à distância.
A utilização de novas tecnologias, por si só, também, não garante avanço no ensino sem que haja motivação para aprender e pessoas envolvidas interagindo de forma efetiva e afetiva. No entanto é preciso que a escola participe ativamente da garantia da fluência e inclusão digital. Todo o universo midiático de que se tem acesso hoje, em especial os jovens, se articulam com os desafios da vida, inclusive os jogos que esses jovens tem acesso que possibilita o desenvolvimento de novas habilidades que pode inclusive ser útil no desempenho profissional. Essas percepções significam mudanças de atitudes em relação ao que oferece as tecnologias de comunicação e informação e para se adequar a essa nova realidade se aproveitando delas para reverter em qualidade de ensino é necessário que a escola enfrente alguns desafios  que passa pela “(...) definição de uma nova perspectiva filosófica, que contemple uma visão inovadora de escola, aproveitando-se das amplas possibilidades comunicativas e informativas das novas tecnologias para a concretização de um ensino crítico e transformador de qualidade” (p. 126)
A escola precisa participar ativamente desse universo que se abre através das TICs e das inúmeras possibilidades de evolução, caso contrário, ficará desarticulada de todo um contexto social que se expande quebrando e construindo outros e novos paradigmas constante e dinamicamente.
Tive a impressão, ao ler o livro, que o mesmo se torna um tanto repetitivo ao se referir ao limite do uso da tecnologia no ensino, no entanto, creio que essa repetição é uma forma de reforçar esse aspecto da relação entre ensino e as novas tecnologias, no sentido de demonstrar a sua complexidade para se obter uma qualidade efetiva no ensino tendo as novas tecnologias como suporte dessa relação, o que em nada interfere na qualidade e profundidade das reflexões suscitadas.
Kenski demonstra ter realizado uma acurada pesquisa bastante elaborada e que cumpriu seu propósito apresentando todo um recorte histórico da evolução da mente humana e dos novos desafios postos, no sentido de que o processo de ensino usufrua das novas possibilidades tecnológicas de uma forma competente e  abrangente.
O texto é de uma agradável leitura por ser objetivo, trazer informações atualizadas e mostrar caminhos possíveis para superação dos obstáculos encontrados na busca pela garantia de uma efetiva qualidade do ensino nos tempos atuais.
Maria Helena Bispo Sampaio (mhelena@gmail.com) é bacharel em Sociologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Professora da escola Estadual------
Educação e Tecnologias o novo ritmo da informação. Campinas SP. Papirus 2007.
6ª.  Edição 2010.

TECNOLOGIAS E NOVAS EDUCAÇÕES , de Nelson Pretto e Cláudio da Costa Pinto

Helena Bispo Sampaio
COMENTÁRIO
O texto traz informações e reflexões imprescindíveis para se compreender o papel e a abrangência social que vem tomando, cada vez mais, as novas tecnologias no cotidiano das pessoas.
A leitura do texto mostra como as novas tecnologias vêm interferindo inclusive na forma em que se dá as hierarquias sociais, sem, no entanto, afirmar que elas não mais existem. Apresenta  um reflexão crítica afirmando na verdade haver uma  “pseudo-horizontalização”, por muitas vezes não ser visível a pessoa que está no topo de um organograma por exemplo. Refere-se à possibilidade de organizações verticais em rede, a partir da difusão da internet, reconhecendo, no entanto, que a sua efetividade  só  será possível através da “democratização do uso da internet” (p. 20)
O texto mostra a tecnologia como possibilidade real de inclusão social e educacional. Reconhece algumas experiências que não foram bem sucedidas e apresenta também experiências que se articulam com as tecnologias, respeitando o contexto e a cultura em que se inserem como possibilidades reais de qualificar o ensino
Percebe-se que o texto é fruto de uma olhar analítico critico sobre todo o contexto que envolve as tecnologias e  educação, e o termo “novas educações” que faz parte do título do texto, remete exatamente ao que vai ser percorrido durante a leitura, para ao final delinear com clareza e precisão que as educações e os processo de ensino precisam serem novos e inovadores e se renovarem  no mesmo ritmo ditado pelos avanços tecnológicos.
LINGUAGENS E TECNOLOGIAS  NA EDUCAÇÃO, de Nelson Pretto
Helena Bispo Sampaio
Comentário
O texto oferece a possibilidade de percepção sobre as dificuldades que se encontram relacionada ao uso das novas tecnologias seja na educação ou em outra área do conhecimento.  Para isso ele reflete sobre o significado na atualidade da tecnologia que está intimamente ligada não apenas ao fazer, mas ao significado desse fazer. Busca deixar explícita as características da aproximação da máquina com o ser humano na atualidade, com o propósito de mostrar a relação direta entre técnica, cultura e sociedade. Perpassa o texto por toda uma explicação do que hoje se constitui em complexo ou em simples, sobre o aspecto  da não linearidade e da imprevisão devido ao conhecimento científico não está mais centrado na simetria.
É um texto super importante, pois faz refletir sobre os vários contextos em que as novas tecnologias interferem na atualidade e sua dimensão, cada vez mais abrangente e determinante, em mudanças de comportamentos e de perspectivas de vida em todos os sentidos e em todas as áreas do conhecimento, como por exemplo, a reflexão sobre os minúsculos equipamentos técnicos e o seu significado na relação espaço temporal fazendo o leitor refletir sobre essa nova idéia de tempo e possibilidade de se estar próximo mesmo geograficamente distanciado.
Em alguma parte do texto pode haver certa dificuldade de entendimento devido ao uso dos inevitáveis termos técnicos utilizados, no entanto, a mensagem é passada sobre a complexidade do uso da tecnologia e da sua interferência nas relações humanas, interferências que reflete e reforça, por exemplo, as possibilidades de articulação de grupos sociais em rede para manifestar suas insatisfações utilizando a “internet como elemento mobilizador”.
O texto permite também observar e acompanhar as controvérsias da internet, que ao mesmo tempo em que possibilita uma expansão da informação e comunicação, possibilita também o controle de informações através dos portais. Essa possibilidade de controle através das novas tecnologias se expande  e pode ser percebida em vários contextos da vida como câmeras de vídeo em locais públicos e privados etc. É um texto super atual que traz informações bastante recentes como a possibilidade de haver chips introduzidos no corpo dos trabalhadores, possibilitando a sua localização e estimar o nível de sua produtividade.
Em se tratando do uso das novas tecnologias no ensino, nas escolas, o autor esforça-se para deixar explícito que a lógica da não linearidade deve ser absorvida como propósito escolar no sentido de se fugir ao rígido, evitar um planejamento fechado. A idéia é partir para uma visão escolar em que se trabalhem as diferenças, em uma busca constante pelo que virá de forma aberta, reconhecendo e acolhendo a todos; professores, alunos etc., no processo de construção e desconstrução de movimentos e reformulações das práticas educativas e dos seus propósitos.